Em jogo sem brilho, mas de muita aplicação, Ceará consegue a vaga na final do turno com um gol típico de decisão
Foi a raça do meia Geraldo, no lance do gol único, ontem, no Castelão, que garantiu o Vovô nas finais do º turno, contra o Ferroviário que eliminou o Maranguape no sábado.
Em um jogo com muita movimentação, embora longe de ser bonito, o camisa dez da equipe de Zé Teodoro acabou com as pretensões do Fortaleza em se classificar para a decisão, já no final do tempo regulamentar, após um bate-rebate na área tricolor.
No primeiro tempo, poucas emoções e um leve predomínio do alvinegro no jogo, que chegou a ameaçar mais que o rival. Provavelmente por causa do calor — que, inclusive, fez o tricolor dispensar seu uniforme nº um e entrar em campo de branco —, as duas equipes não criaram muitas chances. Exceto aos 23 minutos, quando uma bola limpa sobrou para Geraldo, da entrada da área, chutar para fora, com perigo.
Entretanto, na segunda etapa, a equipe de Casemiro Mior fez questão de lembrar da importância que cercava o jogo.
Aos 4 minutos, Marcelo Nicácio perde a melhor chance do Fortaleza na partida. No contra-ataque rápido, Wanderley, pela direita, tocou para o atacante, que saiu na cara do gol. Nicácio bateu para fora, à direita de Adílson. O lance acordou o Ceará, que também teve sua chance de ouro transformada em imagem de comédia pastelão. Edu Sales surgiu na cara do gol, enquanto a defesa tricolor ficou estática, pedindo a marcação de impedimento. Mas o atacante, prejudicado pelo gramado do Castelão, muito irregular, pisou na bola e não conseguiu sequer concluir, pois o goleiro Douglas cortou.
O festival de alterações, que já havia começado no intervalo (Casemiro Mior mexeu duas vezes, tirando Elvis e Bambam, para as entradas de Nerylon e Marcelo Nicácio), continuou no decorrer do segundo tempo. Zé Teodoro trocou Misael por Edu Sales e depois tirou Sérgio Alves para a entrada do estreante Eanes. Do lado tricolor, Mior respondeu, retirando Marllon para colocar Adaílton. Esta foi a única alteração por motivos táticos na partida, pois, com ela, o meia Wanderley saiu do ataque e retornou à sua posição de origem.
Todas as outras alterações foram, como se usa no jargão futebolístico, como seis por meia-dúzia. O que refletia um certo temor dos comandantes em expor demais suas equipes antes de uma prorrogação, que já se avizinhava.
Capricho
Mas o gol surgiria antes, e uma prorrogação, se houver, vai acontecer apenas na final do turno.
A jogada do gol da vitória alvinegra começou com o atacante Edu Sales pelo meio, que encontrou Boiadeiro pela direita. O lateral cruzou, na medida, para Geraldo, que cabeceou em cima do zagueiro Gilmak. Com o capricho inerente aos grandes clássicos, a bola voltou para ele, que insistiu, dando um chega para lá em seu adversário e batendo, quase caído, de pé esquerdo, por baixo do goleiro Douglas: 1 a 0 para o Vovô, que continua na briga pelo título do turno no Estadual 2009.
VESTIÁRIO DA ALEGRIA
Alvinegros dizem que time não ganhou nada
A vitória e a eliminação do maior rival não subiu à cabeça dos alvinegros. O discurso parecia até combinado. Após o final do Clássico-Rei, em meio às comemorações dos jogadores no gramado do Castelão e da torcida, todos foram unânimes em ressaltar que ´o Ceará não ganhou nada´.
´Foram dois clássicos eletrizantes que vão ficar na história. Graças a Deus consegui marcar o gol que levou o Ceará para as finais. Agora é preciso deixar claro que não ganhamos nada´, frisou o meia Geraldo.
A mesma coisa repetiu o presidente Evandro Leitão, que foi ao gramado cumprimentar um a um os atletas que enfrentaram o Fortaleza. ´Amanhã, a festa é coisa do passado. Vamos nos concentrar no Ferroviário que, ao meu ver, é o time mais certo do nosso campeonato´. O técnico Zé Teodoro também endossou o pensamento. ´A comemoração é dos atletas. Vamos nos preparar para pegar duas paradas duras pela frente´, disse Zé Teodoro.
VESTIÁRIO DA TRISTEZA
Casemiro ressaltou o equilíbrio nos jogos
Os jogadores do Fortaleza desceram às pressas para os vestiários logo após o final da partida. O lateral e meia esquerda Eusébio foi um dos poucos a falar. Ele foi sintético: ´Não tivemos sorte e perdemos o jogo. Não é hora de baixar a cabeça. Na próxima quarta-feira, já tem Copa do Brasil e o 2º turno vem aí´, comentou.
Início complicado
O técnico Casemiro Mior foi o único a conceder entrevista coletiva. Ele pediu que a campanha do Fortaleza fosse analisada na sua amplitude, desde o início da temporada. ´Os jogadores chegaram tardiamente e foram se condicionando aos poucos. Não conseguimos preparar o time como gostaríamos, com uma pré-temporada e tempo para os atletas se conhecerem e entrosarem´.
Para o comandante do Tricolor de Aço, todos os quatro clássicos do Leão foram bastante equilibrados e decididos nos pequenos detalhes, ´como o de ontem, numa jogada individual do Geraldo´, disse.
FICHA TÉCNICA
Ceará 1
Adílson; Boiadeiro, Fabrício, Erivélton e Fábio Vidal; Michel, Chicão, Geraldo e Alex Gaibu (Heleno); Misael (Edu Sales) Sérgio Alves (Eanes). Técnico: Zé Teodoro
Fortaleza 0
Douglas; Elvis (Nerylon), Gimak, Sílvio e Guto; Álvaro, Coutinho, Marllon (Adaílton) e Eusébio; Wanderley e Bambam (Marcelo Nicácio). Técnico: Casemiro Mior
Competição -Campeonato Cearense (2º jogo semifinal do 1º turno). Estádio - Castelão. Data - 15 de fevereiro de 2009. Horário - 16 horas. Árbitro - Evandro Rogério Roman. Assistentes - Aparecido Donizeti e Adair Mindini (Trio do Paraná). Renda - R$ 470.735,00 Público - 28.996 pagantes. Gols - Geraldo (Ceará), aos 37 do 2T. Cartões amarelos - Silvio, Elvis e Nerylon (Fortaleza). Chicão, Edu Sales e Geraldo (Ceará).
Fonte: Diario do Nordeste.
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