quarta-feira, maio 28, 2008

(Cearense) - O "Bom Baiano" no time cearense.

Em 1978, João Brasileiro era personagem principal da novela "O Bom Baiano", sucesso da TV Tupi. Desiludido com o amor, deixou Salvador para tentar a sorte longe de casa. E conseguiu. Trajetória semelhante tem Paulo Isidoro, meio campo do Fortaleza, também tirando o sustento fora da terra natal. Porém, com bem menos arranhões da vida que o protagonista da trama. Em comum com a ficção, o camisa 10 tem o jeitão simpático, o gosto pela música e o largo sorriso no rosto. Por sinal, a alegria está mais presente que nunca, graças aos gols que vem marcando pelo Tricolor em 2008.

Só na Série B deste ano, Paulo Isidoro já fez cinco gols em três jogos. No Estadual, foram 14, transformando o meia em artilheiro da competição. Ao todo, os 19 gols na temporada estão perto de fazê-lo bater um recorde pessoal. "Tive uma fase dessas no Cruzeiro, em 99. Foi o meu recorde de gols num temporada. Marquei 23 vezes", lembra o jogador, que ainda tem seis meses para ultrapassar o feito de quase 10 anos atrás.

Mas os números de Paulo Isidoro vão além. Aos 34 anos, ele só ficou de fora de quatro partidas do Fortaleza nesta temporada. Ano passado, quando foi contratado em setembro, atuou em todos os 13 jogos que time tinha para fezer na Série B. No total, somando 2007 e 2008, entrou em campo 44 vezes e fez 23 gols. Ou seja, a cada dois jogos, o meia marca um golzinho.

Todo esse fôlego tem explicação. E olha que o próprio Paulo Isidoro confessa que não é santo. "Sou ser humano e gosto das coisas que as outras pessoas gostam. Mas procuro me cuidar e com certeza isso influi no meu condicionamento físico", diz. O jogador afirma que ainda pretende jogar pelo menos mais dois anos. Podendo, inclusive, ampliar o "prazo de validade". "Não tenho a aposentadoria planejada, mas acho que daqui uns dois anos eu paro", afirma. "Imaginava isso quando tinha 30. De lá para cá já se passaram quase cinco anos e continuo jogando", brinca.

A fase do jogador é tão boa que inspirou até novas comemorações. Agora, sempre que faz um gol ele dança no gramado. "É uma mistura de arrocha (reinvenção do brega com axé) com forró. É uma forma de lembrar minha terra e homenagear Fortaleza, que é onde eu moro hoje", explica o meia. E o gingado não faz feio não. Afinal, Paulo Isidoro nasceu com a música no corpo... Como todo "bom baiano".

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