terça-feira, agosto 18, 2009

Giba da adeus

O técnico Giba comandou o time em 14 jogos, com cinco vitórias,
quatro empates e cinco derrotas

Giba não suportou a pressão e entregou o cargo no Leão. Assim, facilitou a vida da diretoria, que já iria demiti-lo. O Dicionário Aurélio define o verbete pressão como “ato ou efeito de premer ou apertar”. No Fortaleza, ontem, a palavra funcionou como justificativa perfeita para a saída do técnico Giba. Foi o ponto final em uma passagem marcada por resultados abaixo do esperado, cobrança, polêmica e atritos com a torcida. Uma pressão considerada insustentável pelos principais envolvidos na crise leonina.

O primeiro a utilizar o termo foi o próprio Giba, que entregou o cargo no início da tarde. Ele fez questão de apresentar os motivos da decisão em coletiva na sala de imprensa. Falou que a saída “tinha de acontecer para aliviar a pressão sobre os jogadores” e não poupou críticas às torcidas organizadas, que protagonizaram cenas de protesto no estádio Alcides Santos, semana passada, e no desembarque após a derrota por 2 a 0 para o São Caetano, na última rodada pela Série B.

“Foram situações que me chatearam muito. É algo que só atrapalha a equipe, o clube. E a primeira coisa a se fazer é mudar”, declarou Giba. Ele classificou as torcidas organizadas como o 20º adversário do time na campanha da Série B.

O diretor de futebol e vice-presidente do clube, Renan Vieira, tentou defender o ex-treinador, mas admitiu que o pedido de demissão foi “bom para todo os lados”. “Nós sabemos que ele iria render com um pouco mais de tempo, mas a pressão estava muito grande e a diretoria não pode mais segurar”, soltou. “A maneira como ele se portou facilitou pra gente”, reconheceu.

Giba comandou o Fortaleza em 14 jogos, com cinco vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Ele assumiu o time em 27 de maio, na lanterna da Série B - no posto de Mirandinha -, e entrega ao futuro comandante tricolor na 17ª colocação. O novo treinador, por sinal, ainda não foi anunciado. Mas a negociação deve ser fechada até hoje. “O Fortaleza nessa situação delicada não pode passar mais de 48 horas sem técnico”, prega Renan.

Mensagem final
A cena final da passagem de Giba pelo Leão foi emblemática. Após a coletiva, o técnico deixou o clube conduzindo o próprio carro, acompanhado pelo auxiliar Carlos Mercadante. No vidro traseiro do veículo, um grande adesivo trazia a inscrição “Acreditamos no trabalho”. Talvez Giba até acredite na frase, mas deveria alterá-la para “Acreditamos no trabalho... sem pressão”. (Ciro Câmara)


CAMPANHA DE GIBA

Data Partida
5/6 Fortaleza 1x1 D.de Caxias
12/6 Fortaleza 3x2 Juventude
20/6 Campinense 2x4 Fortaleza
23/6 Ipatinga 0x1 Fortaleza
4/7 Fortaleza 0x0 Ceará
10/7 Figueirense 3x1 Fortaleza
14/7 Fortaleza 3x0 América/RN
18/7 Atlético/GO 3x1 Fortaleza
21/7 Fortaleza 1x2 Bragantino
28/7 Vasco 2x1 Fortaleza
1/8 Fortaleza 3x2 Bahia
8/8 Ponte Preta 1x1 Fortaleza
11/8 Fortaleza 2x2 Vila Nova
15/8 São Caetano 2x0 Fortaleza
O Povo

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