terça-feira, março 25, 2008

(Fut. Baiano) - Fonte Nova continua à espera de uma decisão das autoridades

Há exatos quatro meses, uma laje de 5 x 0,8 m caía, a sete minutos do acesso tricolor à Série B do Campeonato Brasileiro, derrubando sete torcedores das arquibancadas da Fonte Nova diretamente para a morte. A comoção que tomou conta do País chegou a ganhar o noticiário internacional.
Menos de 42 horas depois, o governador Jaques Wagner já anunciava aos quatro cantos o fim da praça esportiva. Arquitetos baianos tacharam a medida de “precipitada e populista”. Moradores do entorno do estádio se preocuparam.
De lá para cá, porém, pouca coisa mudou. Além da Fonte, o Ginásio Antonio Balbino e a escolinha que funcionava no local também foram interditados. Já a estrutura da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) e da Vila Olímpica, por exemplo, seguem normalmente por ali. A exemplo do buraco da tragédia, ainda chamando a atenção dos mais curiosos.
IMPLOSÃO – Muita gente, portanto, começa a questionar: será que a situação não pode prejudicar a candidatura de Salvador para a Copa do Mundo de 2014? O anúncio das dez ou doze subsedes brasileiras já está previsto para junho. Enquanto isso, o máximo que o Octávio Mangabeira vê de diferença são sem-tetos, cada vez em maior número em seus portões 8 e 9.
“De jeito nenhum”, garante o secretário de Comunicação Robinson Almeida, porta-voz do Grupo de Trabalho (GT) do governo estadual para o evento. “Vamos dar as garantias necessárias de que tudo estará pronto no prazo em que a Fifa quer, que me parece que são dois anos antes da Copa. Temos tempo até 2012”.
Segundo ele, seria equivocada qualquer atitude distinta, até agora, por parte do GT. “O grupo ainda está estudando qual é a modelagem ideal para o futuro equipamento que vai suceder a Fonte Nova, porque ali precisa ser bastante planejado”, explica. Tudo depende de como serão as tres etapas da obra: projeto, construção e operação.
Em relação à primeira, continua a indefinição sobre a maneira de que ela vai se articular com a vizinhança. E se vai se levantar ou não um centro de convenções ao lado.
“Como há a decisão do governo para o estádio ser feito e operado pela iniciativa privada, é fundamental que se organize as etapas de forma conjunta”. Por isso, acrescenta, não dá para ser igual à reforma de Pituaçu, onde o Poder Público formulou o projeto e ele próprio contratou as empresas. “Estamos, inclusive, pedindo consultorias externas para escolher o melhor instrumento jurídico da obra. Toda intervenção que envolve o centro da cidade tem que ser decidido com muito cuidado e rigor técnico, pois é algo vai para as próximas gerações”.
Almeida prossegue: “As pessoas falam... ‘Pô, tem quatro meses’. Mas como vai se viabilizar? Tem área para desapropriar? É preciso tempo, é algo complexo, grande. Não é só chamar uma equipe de operário para derrubar e outra para construir”. A demolição ou implosão – depende se vai se iniciar do zero ou aproveitar as fundações –, entretanto, é ponto “irreversível”.

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