sexta-feira, janeiro 05, 2007

Nada de alimento por ingresso em Pernambuco

Se o torcedor pernambucano já tinha reservado seu quilinho de alimento não-perecível para ver a estréia de seu time do coração no Campeonato Pernambucano deste ano, que começa no próximo dia 13, é bom tirar o "cavalo da chuva". O programa "Futebol Solidário", no qual os times ganhavam para reservar ingressos a ser trocados por alimentos, acabou com a chegada ao governo de Eduardo Campos, que prometeu substitui-lo por outro, o "Todos com a nota", que já existiu em Pernambuco, no último mandato de Miguel Arraes (gestão de 1995-1998), de quem Campos é neto e herdeiro político. Como ainda é uma promessa e a Secretaria de Esportes acabou de ser desvinculada da de Educação, a nova "ajuda" deve demorar mais um pouco para vir. Ou seja, o torcedor vai ter de tirar dinheiro do bolso nos primeiros jogos e comprar os ingressos (que ainda não têm preço definido pela Federação Pernambucana de Futebol).O "Futebol Solidário" dava cerca de R$ 300 mil em cotas para os times da capital (Santa Cruz, Náutico e Sport) e outros R$ 80 mil para as equipes do interior, que disputavam a primeira divisão. O problema é que o novo "Todos com a nota" deverá funcionar, na melhor das hipóteses, no segundo turno do Estadual. Com isso, os clubes pernambucanos terão de suportar nove rodadas sem a cota que recebiam e que fazia a festa, sobretudo ,dos clubes do interior, embora sempre houve quem reclamasse do valor, como o Central, de Caruaru, por exemplo.O presidente da FPF, Carlos Alberto Oliveira, disse que o entendimento com o novo governo já começou e aposta que a "ajuda" poderá vir antes mesmo do final do turno inicial. "Já conversei com os clubes, com o secretário de Esportes, com o governador e com seu vice, João Lyra. Todos concordaram que algum programa desse tipo deve existir, porque oferece lazer e inclusão social para a população pernambucana", afirmou. Segundo ele, a demora inicial é naturalmente compreendida porque o "Todos com a nota" tem, obviamente, uma implantação um pouco mais complexa. "É preciso instalar postos de arrecadação, que envolve a Secretaria da Fazenda, mas o atual governo tem experiência nisso", disse, referindo-se ao fato de que Eduardo Campos foi secretário da Fazenda de Arraes durante o tempo em que o programa funcionou (e chegou a servir de modelo para outros estados do país). Só para registro: a secretaria de Esportes foi criada no primeiro dia do atual governo, desvinculando-se da pasta de Educação. Ela ainda não tem sede e seu novo secretário, Nelson Pereira (PCdoB), sequer foi nomeado.Carlos Alberto Oliveira, por sinal, disse que o entedimento inicial é de que o valor das cotas deverá até mesmo aumentar no atual governo, já que, para fazer sentido, o "Todos com a nota" terá de envolver também os clássicos, o que não acontecia com o "Futebol Solidáio". Quanto mais incentivo o torcedor-consumidor tiver para exigir as notas fiscais de suas compras e trocá-las por ingressos, melhor para todos os envolvidos. "Aliás, sempre achei o 'Todos com a nota' um programa melhor, pois ele sepaga. O estado arrecada mais e não precisa colocar dinheiro seu", avaliou o presidente da FPF, que, no entanto, não criticava o "Futebol Solidário" durante o governo anterior.

0 comentários: