sexta-feira, agosto 01, 2008

(Baiano) - Bahia não tem boas lembranças da boca.

O jacaré candango de papo amarelo é temido pelas bandas de Itinga. Quem conhece a história corre do bicho, de mandíbula poderosa e mordedura dilacerante _ capaz de causar estragos que resistem à barreira do tempo.

Quase quatro anos e Elias recorda o confronto com riqueza de detalhes. Animal gordinho, satisfeito, abocanhou mesmo sem necessidade. E desde então é aconselhável ficar atento ao bote surpresa.

“Maior decepção. Tinha acabado de chegar aos profissionais e tive poucas oportunidades. Prefiro nem lembrar muito”. O atual camisa 10 é o único com propriedade para analisar o ataque do dia 11 de dezembro de 2004.

Assistiu do banco ao drama que todo torcedor do Bahia conhece de cor. O horizonte da Série A ao alcance de três pontos e o Brasiliense atravessou o caminho do acesso.

Classificação assegurada, o time do senador Luiz Estevão veio à Fonte Nova e fez 3x2 na rodada final do quadrangular decisivo da Série B. “Tínhamos um grupo muito bom, um dos melhores com que já atuei no Bahia. Um jogo...”, ponderou Elias. O jogo, diria melhor. A partida que derrubou campanha de 18 vitórias, sete empates e dez derrotas.

Se o campeonato fosse disputado nos moldes atuais, por pontos corridos, o Bahia teria retorno garantido à elite como terceiro colocado, ao menos nas 23 partidas da primeira fase.

Quer motivo maior para temer o bicho? Envelhecido, o Brasiliense atual tem entregue os pontos. Os titulares Júnior Baiano, Athirson, Iranildo, Fábio Baiano, Alex Dias, Dimba e Jóbson estão todos acima dos 30 anos e o Jacaré vai sentindo falta de sangue novo.

É o penúltimo colocado, com 12 pontos _ sete atrás do Bahia, com quem mede forças às 16h10 do sábado. O primeiro confronto desde 2004, já que os times se desencontraram de 2005 em diante. “É um jogo totalmente diferente.

Aquele era decisivo e agora vamos tentar vencer fora de casa”, analisa Elias. Mas será que o fantasma daquela eliminação não continua assombrando o clube?

“Eu nem sabia que tinha isso”, retrucou Arturzinho. “Só conheço a história porque acompanho futebol, mas não acredito que interfira.

O grupo atual é totalmente diferente”, explica o treinador, mais preocupado com a fase do time candango, carente de vitórias no Brasileiro, e com a hidratação dos jogadores no clima seco de Brasília.

Desde o dia 27 não chove na capital federal, com umidade relativa do ar atingindo a casa dos 15%, bem distante dos 73% previstos para Salvador nos próximos dias.

Fonte: Correio da Bahia.

0 comentários: