Zagueiro índio do Coritiba visita o Náutico e dá sua palavra que retornará

Assinar o contrato, ele não assinou. Mas, pelo discurso, a torcida do Náutico pode ficar tranqüila. O zagueiro Índio, 32 anos, foi até os Aflitos na tarde de ontem, conheceu a estrutura do clube e garantiu disposição para defender a camisa alvirrubra na próxima temporada. Hoje a diretoria espera anunciar a contratação de um lateral-direito e definir a situação do meia Nildo. Índio chegou ao Recife ontem à tarde. "Esta viagem estava marcada porque eu tinha um compromisso pessoal em São Luís (MA). Resolvi aproveitar para conhecer a estrutura do clube", explicou. Segundo ele, a não formalização do vínculo com o Náutico demonstra respeito em relação ao Coritiba. "Tenho contrato com eles até 31 de dezembro. Meu ciclo acabou lá. Não vou assinar nem vestir a camisa ainda por uma questão de respeito", justificou. O jogador, capitão em quase todas as equipes em que passou, tranqüilizou a torcida do Náutico quanto a uma possível desistência. No caso dele, impossível, garante. "A palavra tem mais valor do que uma assinatura. Recebi um telefonema de um clube do Nordeste hoje (ontem) e disse que já tinha fechado com o Náutico", revelou. O contrato será assinado no dia da reapresentação do elenco, no início do janeiro. Seguro nas declarações, Índio demonstrou respeito ao comandante Hélio dos Anjos, mas divergiu um pouco da sua ideologia. O treinador já deixou claro que o principal objetivo do Náutico na Série A será a permanência na elite. "Precisamos sempre almejar o topo. Vim para disputar. Precisamos entrar no Campeonato Brasileiro almejando o título. Não deu, vem a Libertadores, depois Sul-americana", relatou.Negociações - Luciano se queixou, mas o presidente do Náutico, Ricardo Valois, garantiu que o jogador vai permanecer no clube. "Conversei com Ádson (Gomes, empresário), como já tínhamos feito antes, e está tudo certo", disse. O contrato com o jogador será assinado após o término do atual, em 31 de dezembro. Resolvida a situação com o volante, o presidente espera ter hoje a resolução definita, positiva ou não, do impasse com o meia Nildo. "Fizemos a proposta e ele tem até amanhã para dar a resposta. Pedimos pressa porque a demora é ruim para o clube, que está sendo procurado por vários empresários oferecendo jogadores, e também para o meia, que deve estar recebendo propostas também", destacou. Valois também aproveitou para esclarecer os valores envolvidos na negociação do volante Tozo. "A rescisão contratual dele era de R$ 1 milhão. Como passou um ano, o valor foi reduzido em 10%. Dos 900 mil, o Náutico ficou com R$ 400 mil", afirmou. A matemática é explicada pela divisão do valor entre o jogador, com direito a 30%, do acordo com a Justiça do Trabalho, 20%, e do empresário, 5%.