sexta-feira, dezembro 15, 2006

LEI: jogador que chamar adversário de homossexual vai parar na cadeia

No último dia 22, foi aprovado um projeto de lei que torna o preconceito de gênero, sexo e orientação sexual um crime resultante de discriminação. Trata-se de uma extensão da Lei 7716/89. Quando entrar em vigor, caso isso aconteça, os termos “viado” e “bicha”, comuns no futebol e ditos no calor da disputa, passarão a ser considerados discriminatórios e poderão levar quem os diz a ter de se explicar na Justiça.Por enquanto, o tema não faz parte do dia-a-dia dos jogadores. Rogério Ceni, campeão pelo São Paulo e craque do último Brasileirão, sequer sabia da aprovação do projeto. E teme uma caça às bruxas, caso o projeto se torne lei.“Nem sabia disso, o São Paulo não nos passou nada. O termo “viado” nem é comum em campo. Espero que se tenha muito cuidado com os exageros. Pelo menos no futebol, acho muito fácil saber quando é uma brincadeira, um desabafo de jogo ou uma ofensa discriminatória”, diz o goleiro.Seu colega Souza chega a se irritar com a possibilidade de ter de se policiar em relação ao que diz em campo.“Vou te contar... Tantos problemas para os caras resolverem e eles fazem um projeto desses”. É brincadeira!Fabiano Eller, do Internacional, eleito o melhor zagueiro do Brasileirão, não é favorável ao rigor em relação a essas expressões. Mas admite que ficaria incomodado caso fosse chamado de viado.“Não gosto mesmo. Mas sabe que, em campo, nunca me xingaram disso? Eu já xinguei, confesso. Pelo que vejo, os zagueiros xingam muito mais do que os atacantes”. (RIO - Globo Online)
Preconceito já causou mortesRIO (Globo Online) - Em 1981, o atacante Justin Fashanu foi contratado pelo Nottingham Forest e tornou-se no primeiro jogador negro a custar mais de 1 milhão de libras. Em 1990, ele derrubou mais uma barreira ao ser o primeiro jogador profissional em Inglaterra a assumir publicamente a homossexualidade. Nessa altura, a sua carreira estava em declínio e ele tinha perdido a confiança dos colegas devido ao preconceito. Fashanu suicidou-se em 1998.O ex-jogador Wilson Oliver, hoje com 39 anos, do Nacional do Uruguai, declarou abertamente sua homossexualidade e denunciou o “ambiente hostil” que o homossexualismo vive no mundo do futebol. Mas nem tudo é dor na luta contra o preconceito. No início de 2005, o meio-campo Dhorasoo, da seleção francesa, declarou publicamente seu apoio à criação de um time de futebol de gays na França. Dhorassoo é heterossexual e tem dois filhos.
“Time campeão tem gay”, afirma DadáRIO (Globo Online) - Mesmo tendo parado de jogar há 20 anos, o ex-atacante Dadá Maravilha, o Dario, continua polêmico e bem-humorado. Indagado sobre a questão do homossexualismo no futebol e da discriminação, o Peito de Aço diz que isso sempre existiu, não é novidade nenhuma.“De montão. Um exemplo: em 1970, Dadá tinha um corpo maravilhoso. Havia um zagueirão que era louco pelas minhas pernas. Um dia, o cara me passou a mão. Dei uma pernada nele e disse: “Sai pra lá, rapaz!”. “Time que quer ganhar título tem que ter uma bicha. Eles são gentis, unem e organizam o grupo. Todo time em que joguei e fui campeão tinha um gay”. Ao lado de vários companheiros campeões com ele em 70, na festa dos Melhores do Brasileirão, Dadá dribla a pergunta sobre quem era o represente dos gays no tri- mundial da seleção brasileira. “Isso eu levo pro túmulo”, limita-se a dizer.

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