O Ceará terminou o Campeonato Cearense de 2008 como começou - levando cinco gols do Horizonte. A diferença mesmo foi só o local. Na primeira partida (5 a 1), o palco foi o polêmico estádio Clenilsão - que se mostrou incapaz de receber jogos decisivos. Ontem, foi o Castelão que viu o Galo da Tabuleiro fulminar o Vovô de Porangabuçu, por 5 a 3, e se classificar para a final do 2º turno, em que enfrentará o Fortaleza.
Em nenhum momento dos pouco mais de 90 minutos, o Ceará vislumbrou chances de reação ou de condições de vencer. O Horizonte mandou do primeiro ao último minuto e pôde ser inclusive, "displicente" no fim da partida. E assim, permitindo-se erros de passe e desatenção na zaga. Se o torcedor parar e pensar, o comparativo dos chutes a gol no primeiro tempo pode dar o retrato fiel do jogo. Nada mais que 10 chutes horizontinos contra apenas três do Ceará.
Sem muita intimidação, o Horizonte abriu o placar logo aos nove minutos. Bola sobrou na área e Stênio não pestanejou. O torcedor começava a recordar o fatídico dia 5 de janeiro, quando o primeiro gol também não demorou a sair. O Ceará chegava uma vez ou outra, mas sem nenhum perigo. Dimas, de branco, olhava para o céu, como se pedisse a Nossa Senhora - ontem, dia 13, foi dia de missas na Igreja de Fátima - uma mudança de rumo. Não deu certo. Milagres só acontecem quando há dedicação. Aos 41 minutos, Léo Jaime aproveitou cruzamento e marcou o segundo. Vaias pelo estádio. E xingamentos destinados ao Vovô.
Mesmo assim, no segundo tempo, as coisas poderiam melhorar. E houve até ensaio. Aos três minutos, Marcelinho cruzou bola da direita para a cabeçada certeira de Cleisson. O clima parecia ter mudado. A arquibancada balançou e a esperança ressurgiu. Mas ressurgiu até que a saída do meio-campo fosse dada. No mesmo minuto, Raul completou para as redes.
Protesto
Aí foi demais para o torcedor. Aos poucos, ele começou a deixar o Castelão. E antes de sair, gritava: "Luiz Carlos, pede para sair!". O ataque alvinegro era pouco criativo. Vavá e Luiz Carlos não chutavam a gol. Mas o pior ainda estava por vir. Quando Júnior Cearense chutou no ângulo de fora da área, os torcedores vieram abaixo. Não dava mais para continuar. Mão na cabeça. Gestos ao ar.
O Ceará ainda tentou assustar e marcou dois gols. Com Cleisson, aos 35 minutos, e Chicão, aos 39 minutos. Mas quando isso aconteceu, o Horizonte só administrava o placar. Não estava mais tão ligado no jogo. Mesmo assim, Stênio ainda marcou o quinto, aos 37 minutos.
"Nós não pudemos ir além das nossas forças", sentenciou o presidente Evandro Leitão. E além da linha do horizonte, o Alvinegro não conseguiu ver nada. Apenas cinco gols e a desclassificação do Estadual. Horizonte negro, indicando chuva. Negro como o futuro do time. Mas como disse o atacante Vavá, "ainda há esperança e nem tudo acabou".
CAMPEONATO CEARENSE 2008
HORIZONTE 5 - Jéfferson; Izaquiel (Puxa), Da Silva, Gilmark e Eusébio (Breno); Reginaldo (Franciné), Piva, Raul e Júnior Cearense; Stênio e Léo Jaime. Técnico: Argeu dos Santos.
CEARÁ 3 - Rodrigues; Leandro Camilo, Bruno Lourenço (Flavinho) e Rafael Lima; Marcelinho, Chicão, Tiago Almeida, Cleisson e Ademar (Arlindo Maracanã); Vavá e Luiz Carlos (Juranilson). Técnico: Dimas Filgueiras.
Local: estádio Castelão
Data: 13.4.2008
Renda: R$ 199.200,00
Público: 17.083 pagantes (2.231 não pagantes)
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho
Gols: Stênio (9min 1ºT e 37min 2ºT), Léo Jaime (44min 1ºT), Raul (3min 2ºT) e Júnior Cearense (11min 2ºT) (H). Cleisson (3min 2ºT e 35min 2ºT) e Chicão (37min 2ºT) (C).
Cartões amarelos: Jéfferson, Reginaldo e Stênio (Horizonte). Leandro Camilo, Marcelinho, Tiago Almeida, Ademar e Juranilson (Ceará).
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