domingo, abril 27, 2008

(Potiguar) - Hora de decisão no Frasqueirão.

Atuando dentro do estádio Frasqueirão, o ABC é um adversário quase imbatível. É apostando na mística e empurrado pela torcida que costuma contagiar os atletas dentro de campo, que o atacante Valdir Papel pretende entrar para história do clube conquistando o 50º título

Despois de descobrir o caminho do título em 2004, o Potiguar volta a apostar na força do conjunto e no poder de motivação do treinador Miluir Macedo e na habilidade de Jean para supreender o ABC e voltar a pular na frente do Baraúnas no número de conquistas

Hora de decidir quem é o melhor

ABC e Potiguar de Mossoró entram em campo hoje, às 17h, no estádio Maria Lamas Farache, o Frasqueirão, com elencos, cores e histórias diferentes, mas com o mesmo objetivo: ser o Campeão Estadual de Futebol, em 2008.

O Alvinegro está em busca da marca história e inédita de 50 títulos estaduais, número nunca antes alcançado no Brasil, e para os mais eufóricos “nunca antes conquistado no planeta”.

Já o Alvirrubro está em busca de seu segundo título apenas, mas teve sua estréia no campeonato potiguar só em 1974. O único título estadual do Potiguar aconteceu recentemente, em 2004, com o time comandado pelo mesmo técnico, Miluir Macêdo.

Favoritismo do ABC a parte, o primeiro jogo da decisão mostrou que tudo pode acontecer até o momento do apito final.

O Potiguar mesmo jogando melhor ofensivamente, criando mais chances de gol, perdia por 2 a 1, mas em jogada individual do meia Jean, o atacante Ítalo conseguiu, de cabeça, o empate no último minuto.

Um dado que favorece o time de Mossoró e que deixa os videntes de plantão ainda mais confusos, é que o time mossoroense nunca perdeu jogando no Frasqueirão. São duas vitórias e três empates em cinco jogos.

E de 2005 para cá, o Potiguar mostra que não é apenas o carrasco do América, mas que também dá trabalho ao ABC. Em nove jogos, foram cinco empates, três vitórias do Alvirrubro de Mossoró contra apenas uma do Alvinegro de Natal.

Outro estímulo para o Potiguar é o retorno de algumas peças importantes ao jogo de logo mais: o meio campista Vaninho e a dupla de zaga Ricardo Brás e Gustavo, setor que cometeu falhas, principalmente no primeiro gol de Vinícius.

No ABC, o estímulo entre os jogadores tem sido a possibilidade terem seus nomes gravados na História pela conquista inédita de 50 títulos. Com novos reforços que ainda não conquistaram de vez a torcida mesclado a jogadores que participaram da conquista campeonato estadual e acesso à Série B, o ABC pretende superar a falta de entrosamento e ritmo de jogo com o décimo segundo jogador, a torcida abecedista que sempre lota o Frasqueirão em jogos decisivos.

Com dois técnicos estrategitas, duas camisas bicolores, duas torcidas apaixonadas e duas taças referentes aos turnos (Copa RN e Copa Taça Cidade de Natal), ABC e Potiguar vão para um jogo que com certeza irá ferver os nervos de ambas as partes.

Se vai ser o ABC de Ferdinando, Ben-Hur e Papel, ou o Potiguar de Miluir, Jean e Ítalo a dar o grito de campeão, só saberemos logo mais após o apito final.

Os minutos vão passando e cresce a expectativa dos torcedores natalenses e mossoroenses para ver qual dos clubes vai acabar a temporada de 2008 com a hegemonia do futebol norte-rio-grandense. Nem a atribulação inicial do certame vai tirar o brilho da conquista.

O Xerife da Frasqueira volta à decisão

O zagueiro Ben-Hur sabe bem o que é conquistar um título estadual pelo ABC, dentro dos domínios do Maria Lamas Farache.

O capitão e “xerife” da Frasqueira era o único atleta do atual elenco, juntamente como goleiro Raniere (que estava no banco de reservas) a participar daquelas duas partidas memoráveis contra o arque rival América - 1 a 1 e 5 a 2, que deram ao ABC o quadragésimo nono título estadual de futebol.

Este ano, Ben-hur revela que a motivação do grupo está no fato de poder entrar para a História pela conquista do qüinquagésimo título, marca inédita no Brasil.

E afirma que as circunstâncias são bastante diferentes das do ano passado. “Em 2007 não éramos favoritos e jogávamos contra o América que era considerado a melhor equipe do campeonato. Saímos vitoriosos graças a raça dos jogadores e do apoio da nossa torcida”.

Quando perguntado sobre como o time está lidando com o favoritismo, o clima de “já ganhou”, o capitão usa justamente o exemplo do ano passado para tratar do assunto. “Em 2007 o América era favorito, tinha grandes valores individuais e nós ouvimos muitas provocações por parte deles.

Aí, todo mundo sabe no que deu. Não podemos cometer o mesmo equívoco do América, do ano passado. Temos que entrar em campo sabendo que o Potiguar tem um time forte e pode surpreender. ”, explicou.

O jogador admite que há alguns jogos o ABC não realiza uma partida de encantar os olhos do torcedor, mas afirma que disposição não irá faltar ao elenco. “O grupo está muito focado nesta decisão. Todas as caras novas que chegaram estão realmente voltados para contribuir na conquista do título”.

A respeito do eficiente esquema ofensivo do Potiguar, que conseguiu marcar cinco gols em dois jogos contra o América, na decisão do segundo turno, Ben-Hur disse que o setor defensivo do ABC está preparado para conter o ataque do adversário.

Segundo o zagueiro, o treinador Ferdinando Teixeira apresentou alguns tapes dos atacantes e assinalou os principais pontos de suas movimentações.

De acordo com Ben-Hur, houve displicência da defesa no último lance da partida contra o Potiguar, quando Ítalo marcou de cabeça o gol de empate, no último minuto.

Para finalizar, o jogador mais experiente deste elenco, com 56 participações em jogos oficiais pelo ABC, convoca o torcedor para mais esta decisão. “Gostaria de pedir ao torcedor que compareça ao estádio e faça aquela pressão que estamos acostumados.

Podemos não estar jogando o futebol que todos esperam, mas empenho e raça não faltarão”, concluiu o capitão alvinegro.

Ítalo sonha com gol e título de campeão

O retorno do atacante Ítalo ao Potiguar não poderia ser melhor. Em quatro partidas, ele balançou as redes quatro vezes, o que dá uma boa média de um gol por jogo.

Fez dois contra o Alecrim na semifinal do segundo turno, um contra o América na final do mesmo turno e um contra o ABC na primeira partida da decisão geral do campeonato. Só passou em branco no primeiro duelo da final com o América assim mesmo porque a arbitragem viu impedimento no seu gol de letra.

“Seriam cinco gols, mas teve aquele anulado. Por sinal foi um lindo gol, mas o assistente deu impedimento.

Ainda hoje tenho minhas dúvidas”, lembrou o atleta, que já havia registrado a marca de um gol por partida quando defendeu o alvirrubro na Série C do Brasileiro do ano passado - foram seis gols em seis confrontos.

Natural de Campina Grande, o atacante admitiu que sonhou ser campeão estadual pelo Potiguar e fazendo gol. “Dias atrás, sonhei passando pelo América e sendo campeão em cima do ABC e fazendo gols. Não lembro como era esse gol, só lembro que era campeão”, frisou.

Se o título vier será o terceiro dele na carreira e o mais importante. “Seria uma conquista com um sabor especial porque estou jogando e fazendo gols”, admitiu. “Ganhei o Paraibano de 2005 pelo Treze, mas não era titular.

Fui campeão pelo Queimadense jogando, mas pela segunda divisão. Por isso, o título pelo Potiguar seria o mais importante na minha carreira.”

Em se tratando de uma decisão, o jogador de 23 anos revelou que a tensão e a adrenalina são inevitáveis principalmente no início da partida. “Quando entrar em campo vou sentir um friozinho na barriga, mas isto é normal.

Faz parte da ansiedade de um jogo decisivo. A tranqüilidade voltará após a bola rolar”, comentou o atacante que reencontrou o seu futebol após passar por momentos de instabilidade jogando pelo Treze/PB.

“Divido esses quatro gols com o grupo. O ambiente aqui é maravilhoso, diferente quando estava lá no Treze”, comparou.

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