PRESIDENTE DO Fortaleza, Ribamar Bezerra, mostra-se desiludido com o futebol cearense
A perda do tetracampeonato, a desclassificação da Copa do Brasil, tudo isso culminando com o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2007. Este conjunto de acontecimentos fez com que o imediatismo do futebol cearense transformasse o presidente do Fortaleza, Ribamar Bezerra de herói a vilão, por parte de alguns setores da crônica esportiva e da maioria da torcida. De uma hora para outra, desconheceu-se o que foi feito pelo dirigente na área administrativa e até em conquistas, como a do chamado tricampeonato.Esta voracidade por títulos — que se não vierem ano após ano — coloca o dirigente tricolor na guilhotina, tem aborrecido demais Ribamar Bezerra, ao ponto de afetar a sua vida pessoal. Isto, afora o dinheiro empregado a fundo perdido na agremiação.O mandatário tricolor diz que está impedido até de fazer um simples cooper na Beira-Mar, para reduzir as taxas de colesterol, pois é abordado por algum torcedor que vem lhe tomar satisfações. Na área financeira, o dirigente também sente os efeitos de sua passagem pela presidência.
COBRANÇA — “O Forta-leza não terá cobrador na porta, mas eu na minha condição de pessoa física, sim. Isto porque, até outu-bro do ano que vem, terei que honrar pagamentos de empréstimos feitos por mim, para utilizar na agremiação”, confessa Ribamar Bezerra.Um homem desencantado com o meio futebolístico e reagindo em direção ao ponto de onde partem as críticas. Assim tem se comportado o ainda presidente do Leão . De suas palavras, nota-se uma profunda amargura com o cenário da bola.
NÍVEL BAIXO — “O contexto do futebol é muito fraco e baixo. Falo de um modo geral, envolvendo arbitragem, dirigentes de federação, CBF e clubes, torcida e alguns homens de imprensa, da qual faço parte. Há gente despre-parada falando em microfones e escrevendo. Pessoas que não tiveram preparação adequada fazem críticas pesadas a você e o que é mais interessante, eles não aceitam correções no que dizem”, observou Ribamar Bezerra. “As páginas esportivas se aproximam mais das páginas policiais”, continuou o cartola.
DESINTERESSE — Ri-bamar prossegue dizendo que entrou no futebol sem nenhum interesse próprio. “Eu não preciso aparecer. Fugi até das entrevistas, para não dizerem que esta-va querendo notoriedade. Se assim quisesse poderia ter procurado a divulgação de minha imagem nas colunas de mundo dos negócios, pois tenho cacife para isso”.Arautos e anunciadores dos erros alheios e pala-dinos da verdade prontos para criticar o que deu errado na administração do Fortaleza não têm faltado nos microfones. Vale dizer que Ribamar considera muitos programas com opiniões “carimbadas”. Uma das censuras mais corri-queiras que se tem feito é a de que a direção atual do Fortaleza inflacionou o futebol. Ribamar Bezerra tem uma resposta. “No Norte e Nordeste se pratica o sub-futebol. Quando participei das reuniões do Clube dos 13, discutindo cotas de televisão, eles nos consideravam como ‘visi-tantes’ da primeira divisão e não participantes como eles. O que ocorre é que, um jogador que ganha R$ 8 ou R$ 15 mil nos clubes do Sul e Sudete, só vêm para o futebol cearense se for por R$ 25 mil. Lá, eles estão mais pertos da mídia e dos empresários que atuam no eixo Sul e Sudeste”.
AUDITORIA — O man-datário do Tricolor contra-tou o profissional Pedro Veker, para fazer a audita-gem de suas contas e breve-mente será divulgado o ba-lanço financeiro de sua ges-tão. Da mesma forma, Ribamar pretende conhecer as contas da Federação Cearense de Futebol, para aprová-las ou não no próximo dia 15. Por tudo o que tem vivido, Ribamar Bezerra desabafa: “Minha eleição foi uma passagem comprada para o inferno, do qual estou saindo agora”.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
RIBAMAR BEZERRA:‘No Nordeste, se pratica o subfutebol’
às 12:16
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário