A arbitragem desastrosa do cearense Francisco de Assis Almeida Filho na partida entre Guarani e Bahia, no último sábado, ainda desperta a revolta dos tricolores. Entre torcedores, imprensa e diretoria, o côro é um só: o Bahia foi prejudicado em Campinas.QUEM MAIS APITOU NA "B"*
4 jogos: Devarly Lira do Rosário (ES)
3 jogos: Wallace Nascimento Valente (ES), Cláudio Francisco Lima e Silva (SE), Edivaldo Elias da Silva (PR), Gutemberg de Paula Fonseca (RJ), Charles Hebert Cavalcante Ferreira (AL), Wilson Souza de Mendonça (PE) e Emerson Luiz Sobral (PE)
* Árbitros que atuaram em jogos do Bahia na Série B deste ano, com a quantidade total de escalas na competição.
Além da expulsão contestável do volante Leandro, Francisco Almeida marcou um pênalti inexistente à favor do Guarani, além de não ter assinalado uma penalidade contra o time da casa, cometida pelo zagueiro Márcio Alemão no atacante Lima. Para completar a tarde lastimável, o árbitro anulou um gol legítimo marcado pelo Tricolor, no final da partida.
O juiz de sábado apitou sua segunda partida na Série B do Campeonato Brasileiro. A outra havia sido ABC x Vila Nova, clubes que vivem má fase e aspiram pouca coisa na competição. Escalações como a de Francisco de Assis Almeida Filho despertaram uma declaração curiosa do gestor de futebol do Bahia, Paulo Carneiro.
"Eu recebi informações de que o Guarani e a Ponte Preta estão trabalhando nos bastidores. As arbitragens são sempre favoráveis aos clubes paulistas", declarou o dirigente, logo após a partida no Estádio Brinco de Ouro. "Vão deixar esse juiz de merda na geladeira. E aí botam outro pra roubar. De que adianta?", completou.
Fichas sujas - Não só de erros contra o Bahia vivem os árbitros que atuaram em partidas do Tricolor em 2009. Dos 16 que apitaram jogos do time azul vermelho e branco nas 18 primeiras rodadas da Série B - Wallace Nascimento Valente (ES) e Cláudio Francisco Lima e Silva (SE) aturaram duas vezes, cada -, quatro já passaram pelo STJD em 2009.
Em janeiro, o árbitro carioca Gutemberg de Paula Fonseca (foto), que apitou Bahia 0x1 Figueirense, foi reprovado nos testes físicos feitos pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Com isto, o juiz ficou de fora de todo o campeonato estadual, e só conseguiu ser apovado num segundo teste, em março. Como "punição", Gutemberg apitou até partidas da Série D nacional.
Já Wilson Souza de Mendonça (PE), que está em seu último ano como árbitro da CBF e atuou na partida Bahia 1x1 Bragantino, foi denunciado este ano pela Procuradoria do STJD por erros em súmula da partida Santo André e Botafogo, em partida válida pela pela primeira rodada do Brasileirão da Série A. Após várias justificativas, foi absolvido da acusação.
O conterrâneo de Wilson, Cláudio Luciano Mercante Júnior (PE), também foi julgado por cometer equívocos ao redigir a súmula. A partida em questão foi Atlético-MG x Santo André, válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Mercante atuou na partida Campinense 1x2 Bahia.
Por fim, o árbritro Wilton Pereira Sampaio (DF), que apitou Bahia 2x2 Juventude, tem a história mais curiosa dos quatro - pelo campeonato candango, o juiz desmentiu em julgamento relatado em sua própria súmula. Após partida entre Ceilândia e Luziânia, Sampaio escreveu que o jogador Thiago Ferreira tentou agredi-lo, mas diante do STJD negou que o fato tivesse acontecido.
Providências - De acordo com a assessoria de imprensa do Bahia, a Federação Bahiana de Futebol (FBF) irá tomar providências com relação à arbitragem do último sábado. "O Presidente da FBF, Dr. Ednaldo Rodrigues, já se manifestou, informando que entrará com uma representação na CBF, contra a arbitragem de sábado, e será totalmente apoiado pelo Bahia", declarou o clube em nota oficial.
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